O que o setor de bares e restaurantes espera de 2023?

O primeiro ano pós-pandemia começa com grande expectativa no setor de alimentação fora do lar. Apesar de 2022 ter fechado em crescimento, o cenário econômico preocupa especialistas. A inflação pode frear o consumo, mas as previsões para bares e restaurantes são otimistas. Entre os profissionais da gastronomia, o ano de 2022 provou que é a vez das mulheres e elas devem continuar brilhando.

Não é possível projetar 2023, sem avaliar os últimos 12 meses. O ano de 2022 foi considerado de recuperação para o foodservice. Começou ainda com os reflexos da pandemia e terminou com uma sensação de normalidade e crescimento. Principalmente no segundo semestre, quando foram gastos 20% a mais em bares e restaurantes do que no mesmo período de 2021 (estudo Crest 2022). Resultados vistos com otimismo.

“O setor da gastronomia teve uma recuperação gradual e muito positiva em 2022. Foi um crescimento resultado de uma demanda reprimida de 2 anos.”

Luis Fernando Menuci, presidente da Abrasel -PR

De acordo com Menuci, o ano só não fechou melhor porque os estabelecimentos tiveram que arcar com empréstimos e débitos contraídos na pandemia. A herança negativa freou os lucros, mas não desanimou o empresariado.

Para 2023, o presidente da Abrasel – PR, reafirma a expectativa positiva.

“Apesar da inflação, que pode diminuir os ganhos dos empresários e o poder de compra dos clientes, estamos confiantes que o ano será excelente para as vendas e desenvolvimento do setor”, completa.

Férias e feriados

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor deve faturar 20% a mais no verão 2022/2023 do que no mesmo período do ano passado.

E se tem outro fator que costuma impulsionar o consumo são os feriados. E neste quesito 2023 é um prato cheio. Serão 12 dias sem expediente, sendo cinco prolongados e a maioria das datas cai em uma quinta-feira ou sexta-feira.

Para Menuci, os empresários podem se beneficiar do calendário 2023 fazendo um bom trabalho de marketing, enfatizando o valor do serviço e não só o preço do produto vendido.

“São datas que a população procura por bares e restaurantes. Também há o aumento de turistas nas cidades com este perfil, o que amplia as oportunidades para os empresários”, completa.

Protagonismo feminino

A chef paranaense Manu Buffara dominou as premiações gastronômicas de 2022. Condecorada como a melhor chef latino americana pelo ranking The World ‘s 50 Best Restaurants, reconhecida com o prêmio de honra, pelos críticos da La Liste, no tema Ética e Sustentabilidade e com o seu restaurante na lista dos 50 melhores da América Latina, Manu reafirma o papel feminino na gastronomia mundial.

Manu faz parte dos 7% de mulheres no comando de cozinhas profissionais de restaurantes renomados no país (Chefs Pencil, 2022) e ajuda a trazer visibilidade e crédito para a mão de obra feminina neste setor.

Afinal, apesar de estarem à frente de 96% das cozinhas domésticas no Brasil, os homens são maioria quando o assunto é mercado de trabalho gastronômico.

Ser uma referência no mundo da gastronomia, levantando a bandeira do protagonismo feminino, acabou me tornando um exemplo para outras pessoas, principalmente para as mulheres. Eu acredito muito nas mudanças que podemos fazer, não só no setor gastronômico mas em todos os setores .

Manu Buffara, chef de cozinha

Uma mudança que tem chamado a atenção de grandes marcas. Como é o caso da Stella Artois (cerveja da Ambev) que vai destinar R$ 10 milhões em ações de apoio a chefs mulheres. A ideia é promover a equidade de gênero na gastronomia, aumentando o protagonismo das mulheres e fomentando o empreendedorismo feminino.

O montante será revertido em empréstimos de até R$ 60 mil para empreededoras do setor gastronômico. De acordo com a diretora de marketing de Stella Artois, Mariana Porto, é a maneira da marca atuar para nesta discrepância entre homens e mulheres neste setor.

E para 2023, Manu deseja a união entre os profissionais da gastronomia, para que as mudanças necessárias ocorram, tanto no Brasil quanto no mundo.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/