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NR-1 e saúde mental: O que as franquias de alimentação precisam saber?
A atualização da NR-1 adiciona uma camada de complexidade à gestão de restaurantes. O especialista Luis Nardi mostra a melhor estratégia para cumprir a norma, de olho na saúde do colaborador e lucratividade do negócio.
O setor de food service no Brasil tem um ecossistema complexo e desafiador, especialmente no modelo de franquias. Como especialista em franquia de alimentação, defendo a necessidade de uma formatação completa e exclusiva para o segmento, garantindo que o franqueado tenha acesso a ferramentas, manuais e padrões operacionais claros, que permitam manter a qualidade e a rentabilidade do negócio. Uma estrutura bem desenvolvida não apenas assegura o sucesso da operação, mas também protege a franqueadora de promessas ilusórias e falhas estruturais.
Com a recente atualização da NR-1 (Norma Regulamentadora número 1), a gestão de riscos psicossociais se torna uma exigência formal para as empresas. Essa mudança impacta diretamente bares, restaurantes e franquias de alimentação, que agora precisam incorporar políticas de prevenção ao adoecimento mental no ambiente de trabalho. Mas como isso afeta a realidade operacional dessas redes? E como se adaptar sem comprometer a rentabilidade? Vamos explorar esses pontos.
O que é a NR-1 e quais foram as mudanças?
A NR-1 estabelece diretrizes para o gerenciamento e controle dos riscos ocupacionais no ambiente de trabalho, funcionando como uma base para todas as outras Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho.
A atualização de 2024, que entrará em vigor em 2025, determina que empresas passem a identificar e gerenciar riscos psicossociais, incluindo fatores como estresse, assédio moral, sobrecarga de trabalho e insegurança no emprego. Isso significa que todas as empresas do setor de alimentação precisarão registrar esses riscos e implementar medidas concretas para preveni-los.
Principais exigências da NR-1
- Inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR).
- Registro desses fatores nos relatórios de gestão de riscos entregues ao governo.
- Implementação de medidas preventivas e corretivas.
- Capacitação obrigatória de gestores e colaboradores sobre saúde mental e bem-estar no trabalho.
- Auditorias internas e externas para fiscalização.
Impacto para as redes de alimentação e franquias
A implementação da NR-1 representa uma mudança significativa para bares, restaurantes e franquias, especialmente para franqueadoras que, até então, nunca aplicaram treinamentos estruturados em saúde ocupacional.
O grande desafio para o setor de franchising no food service é que muitas franqueadoras recém-chegadas ao mercado focaram apenas em volume de vendas e deixaram de lado a gestão de pessoas. Com a nova regulação, será necessário implementar programas de treinamento e monitoramento para garantir a conformidade.
Principais desafios
- Estruturar processos internos para o cumprimento da norma.
- Capacitar líderes para lidar com sinais de estresse e assédio no ambiente de trabalho.
- Criar espaços seguros para diálogo sobre saúde mental.
- Monitorar o bem-estar dos funcionários de maneira documentada.
- Evitar multas e penalizações por descumprimento da norma.
Caminhos para adaptação e mitigação de riscos
Para evitar impactos negativos na operação e na rentabilidade, as redes de alimentação precisarão adotar estratégias eficazes de compliance.
Medidas recomendadas
- Mapeamento de riscos: realizar uma análise detalhada das condições de trabalho e identificar os pontos de atenção.
- Treinamento estruturado: implementar capacitações sobre saúde mental e qualidade de vida no trabalho para franqueados e gestores.
- Monitoramento contínuo: criar indicadores de bem-estar e engajamento dos colaboradores.
- Ferramentas de apoio: disponibilizar canais de comunicação abertos para feedback e suporte.
- Acompanhamento jurídico: garantir que todas as práticas estejam alinhadas à legislação para evitar sanções.
Conclusão
A atualização da NR-1 adiciona uma camada de complexidade à gestão de bares, restaurantes e franquias de alimentação. No entanto, em vez de ser vista apenas como um obstáculo, essa mudança pode ser uma oportunidade para profissionalizar ainda mais o setor, garantindo que boas práticas de gestão de pessoas sejam parte integrante do modelo de negócios.
Franqueadores que já adotam padrões bem estabelecidos terão vantagem competitiva, enquanto aqueles que negligenciaram a gestão de pessoas precisarão repensar suas estruturas. No fim das contas, cumprir a norma é inevitável, e a melhor estratégia é encarar essa transição como um investimento na perenidade e lucratividade dos negócios.
Fonte: https://www.foodconnection.com.br/
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