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A liderança como elemento garantidor da segurança psicológica no ambiente de trabalho

Conceituar liderança não é uma ciência exata. Não existe unanimidade a respeito e nem deveria haver, ao menos sob o meu ponto de vista. Cada um que se disponha a pensar sobre o tema, terá uma nuance pessoal a impregnar eventual tentativa de conceituação. Daí, por vezes, ser até dispensável o esforço para chegar a um termo que abarque todas as opiniões. De uma maneira ou de outra, todos têm em mente algumas imagens quando se fala em liderança. Porém, fazer uma reflexão no sentido de compreender este fenômeno sempre é válida.

Sendo um fenômeno de natureza social, parece evidente que, para que ocorra, seja necessário que haja um grupo de pessoas atuando guiadas por um mesmo objetivo, tarefa, interesse ou, ainda, que estejam sob uma formação corporativa.

Considerando, então, que se trata de fenômeno social, há uma gama de relações interpessoais que se estabelecem. E, dentro destas relações, verifica-se a ocorrência de influência por parte de componentes do grupo em relação aos demais. Podemos dizer, então, que esta pessoa que exerce influência para com os demais, atuando em favor do objetivo comum, pode ser reconhecida como líder. Fica evidente que sempre haverá relações deste tipo. E que a liderança sempre estará presente.

Ao longo do tempo, novos enfoques costumam aparecer, principalmente quando o estudo de gestão dialoga com outras disciplinas, o que tem ocorrido cada vez mais, enriquecendo assim a percepção de como o fenômeno da liderança se desenvolve e se manifesta.

Por vezes, alguns tópicos originados nesta relação interdisciplinar, que não são exatamente novos, mas que não chegaram a ter o destaque merecido,  voltam a ser referenciados com maior frequência, chamando a atenção de quem acompanha a literatura especializada.

Recentemente, assistindo a uma videoaula da neurocientista Ana Carolina Souza (Casa do Saber), ouvi a expressão segurança psicológica, devidamente contextualizada no tema que ela tratava. A curiosidade foi imediata e a pesquisa efetiva.

O termo foi lançado pela professora e pesquisadora de Harvard, Amy Edmondson. De acordo com a revista eletrônica VOCÊRH, sua definição de segurança psicológica é  “a crença de que um membro de uma equipe não será punido ou humilhado por expor ideias, dúvidas, preocupações ou erros, e que a equipe está segura para assumir riscos interpessoais, em um ambiente que permite que as pessoas sejam francas”

A articulista Isis Borges que aborda o termo, explica o conceito de forma precisa: ” Em outras palavras, segurança psicológica tem a ver com um ambiente no trabalho em que as pessoas podem ser elas mesmas, falar o que pensam sem receio, errar e assumir riscos interpessoais. Em um ambiente corporativo psicologicamente seguro as pessoas sentem conforto para discordar das outras e defender seus pontos de vista sem se sentirem julgadas”.

Já no Blog “orienteme”, Ana Osorio faz um mapeamento do assunto, partindo de uma pesquisa  levada a termo pelo Google com seus colaboradores, no chamado projeto Aristóteles, através do qual foi feita uma tentativa de identificar os segredos das equipes mais eficientes da empresa. A chave seria “a percepção de ser possível tomar riscos sem vivenciar reações negativas”.

A autora delineia as 4 etapas que compõem a segurança psicológica, a saber:

  • “1 – Segurança em pertencer: A empresa aceita as pessoas da forma que elas são e, inclusive, valoriza a diversidade.
  • 2. Segurança em aprender: Os colaboradores possuem liberdade para perguntar, experimentar e errar.
  • 3. Segurança em contribuir: A organização oferece o apoio necessário para que todos contribuam com idéias e ações.
  • 4. Segurança em desafiar: Os colaboradores possuem liberdade para sugerir e implementar mudanças.”

Ora, depois de refletirmos sobre a liderança como fenômeno social que ocorre nas relações interpessoais, parece bastante evidente que ao se falar em segurança psicológica dentro dos ambientes corporativos, não há como fazê-lo sem considerar que o tema esteja diretamente relacionado com o modo como se dá o exercício da liderança.

A maneira como a relação de liderança se estabelece dentro de um dado grupo é que vai proporcionar, ou não, o ambiente adequado ao estabelecimento da segurança psicológica como elemento chave nas relações de trabalho, assegurando que seja propício à expressão de opiniões sem que isso seja visto como afronta ou problema.

Vem do líder, portanto, a criação e manutenção de um clima de tranquilidade em que as pessoas sintam a necessária segurança para se manifestar, ainda que queiram divergir das opiniões dos colegas e, por vezes, do próprio líder.

Creio que seja assim, com a tranquilidade proporcionada por um ambiente que favoreça a segurança psicológica, que as equipes tenham a possibilidade de crescer através da troca de ideias em busca de maneiras de melhor exercer as suas atividades.

Fonte: https://administradores.com.br/

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